Uma das dúvidas mais frequentes que tem circulado neste período de pandemia, é referente aos casos de reinfecção por covid 19. Afinal, quem já pegou covid pode pegar de novo? Quanto tempo o corpo fica imune a covid 19? É possível ficar completamente imune contra covid 19?
Esses são apenas alguns dos diversos questionamentos feitos pela população, que tem se preocupado cada dia mais com a reinfecção da covid 19 e com as variantes que têm surgido no decorrer do tempo.
Mas, de um modo geral, quem já pegou covid 19 pode sim pegar de novo, dado que nem todas as pessoas que contraem o novo coronavírus (Sars-Cov2) produz uma resposta imunológica significativa contra uma possível reinfecção. Além disso, o tempo de imunidade para quem pegou covid 19 pode durar apenas entre semanas ou alguns meses, afirmam os cientistas.
No entanto, é necessário esclarecer que, por ser uma doença relativamente nova, ainda estão sendo realizados estudos para tentar concluir todos estes questionamentos levantados, para entendermos de fato como o vírus se comporta em nosso organismo.
Portanto, confira abaixo o que os cientistas e pesquisadores dizem sobre a reinfecção por covid 19 e algumas outras dúvidas relacionadas.
Como mencionado anteriormente, é possível sim pegar covid 19 novamente. Uma das hipóteses levantadas pelos cientistas é a de que o sistema imunológico de algumas pessoas pode não ter conseguido criar barreiras adequadas contra o vírus e/ou, com o passar do tempo, acabou enfraquecendo e perdendo essa proteção.
Além disso, o nível de proteção e o tempo de imunidade de quem já pegou covid 19 depende muito de cada pessoa, dado que a imunidade pode não ser a mesma em indivíduos assintomáticos ou doentes que apresentaram sintomas durante muito mais tempo do que a média.
Ou seja, é possível que quem contraiu a covid 19 de forma assintomática ou sentiu sintomas leves, tenha produzido poucos anticorpos. Já para aqueles que testaram positivo para o vírus e tiveram sintomas médios a graves, e/ou ficaram muito tempo com a doença, podem possivelmente ter produzido mais anticorpos.
Assim, algumas pesquisas indicam que a duração pode permanecer entre algumas semanas até 7 meses. Contudo, ainda é cedo para chegar a uma conclusão sobre a duração exata de imunidade prevista para quem contraiu covid 19, assim como a intensidade da proteção, dado que ainda está sendo estudado.
Em relação a gravidade da reinfecção pela covid 19, ainda é incerto se quem já foi infectado pela primeira vez desenvolva casos mais graves na 2º infecção. Especialistas indicam que isso depende muito do organismo de cada pessoa, pois algumas podem acabar apresentando sintomas mais graves na 2º infecção, enquanto outras podem apresentar sintomas mais leves ou até mesmo assintomáticas.
Com o surgimento de outras variantes do coronavírus, cientistas não descartam a hipótese de que quem já pegou covid pode pegar de novo com uma cepa diferente, dado as mutações na estrutura do vírus.
De acordo com um estudo brasileiro preliminar, cientistas chegaram a estimar que a variante P1, descoberta pela primeira vez em Manaus, seria capaz de driblar o sistema imunológico de 25% a 61% dos infectados com o “Sars-CoV-2 original”.
Outro estudo com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sugere que, com a nova variante delta – originária da índia – o soro de pessoas previamente infectadas por outras cepas é menos potente contra esta variante viral. Ou seja, em outras palavras, os anticorpos produzidos pelo “coronavírus original” não teriam tanta proteção com esta nova variante.
Porém, alguns especialistas acreditam que, na mutação, o vírus vai modificar algumas proteínas do vírus, mas irá manter outras “originais”. Ou seja, isso significa, que em caso de novos contágios com variantes novas, a pessoa terá uma imunidade parcial, pois ainda conta com a proteção contra algumas proteínas.
Apesar disso, também não há nada conclusivo até o momento, e os estudos ainda estão sendo realizados para chegar a uma conclusão final se quem já pegou covid pode pegar de novo de forma mais grave com as novas variantes que têm surgido, além de tentar identificar o quanto os anticorpos diminuem com as mutações da covid 19.
Os cientistas do mundo todo acreditam que quem já pegou covid pode pegar de novo, e isto tem sido um fato até o momento. Porém, de acordo com o mega estudo publicado no Reino Unido pela prestigiosa revista científica The Lancet, a reinfecção por covid 19 é raro de acontecer.
Segundo o estudo, apenas 7,6 pessoas em um grupo de 100 mil que já tiveram covid 19 voltaram a testar positivo para o vírus, ante 57,3 contágios a cada 100 mil no grupo que não tinha o vírus entre Junho de 2020 e Janeiro de 2021.
O estudo reuniu cerca de 25 mil pessoas, com foco nos profissionais de saúde. Dentro desse grupo, 17 mil profissionais ainda não haviam sido infectados, de acordo com testes de anticorpos. Outros 8 mil já haviam contraído a covid 19 e se curado.
O intervalo médio entre o primeiro e o segundo contágio foi de mais de 200 dias, sugerindo que a “proteção” contra a covid 19 é válida por pelo menos sete meses.
Dessa maneira, a descoberta levou os pesquisadores a concluir que as pessoas que já pegaram covid e testaram positivo para a covid 19 têm risco 84% menor de voltar a se contaminar. Mas vale ressaltar que, apesar de sugerir uma proteção por ao menos 7 meses, não foi informado o quão forte seria esta imunidade, principalmente em relação às novas variantes. Ou seja, ainda é recomendado o uso de máscaras, distanciamento social e aplicação da vacina contra covid 19, para garantir um nível de proteção maior, evitando assim casos graves da doença e possíveis óbitos.
Portanto, quem já pegou covid 19 não está totalmente protegido contra eventuais reinfecções. Apenas a vacina contra o novo coronavírus é capaz de realmente proteger contra o vírus e suas variantes.
Tendo em vista que quem já pegou covid pode pegar de novo, uma das dúvidas que também têm sido frequentes é em relação a como conseguir distinguir entre a 1º infecção (de pessoas que ainda estão em recuperação) de pessoas que foram contaminadas novamente (2º infecção).
Nestes casos, o mais recomendado para conseguir distinguir entre quem está se recuperando da primeira infecção contra quem de fato se reinfectou, seria realizar o teste RT-PCR.
No entanto, para que um caso de reinfecção seja confirmado laboratorialmente, é necessário que sejam seguidos alguns procedimentos do protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde.
No documento, a pasta esclarece que o paciente precisa ter dois resultados positivos, verificados por meio da técnica de diagnóstico molecular (RT-PCR), com um intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois momentos da infecção, independente da condição clínica.
Além disso, é necessário realizar o sequenciamento do genoma das amostras positivas, pois o sequenciamento genético poderá provar o caso de reinfecção, dado que poderá mostrar que se trata de duas infecções diferentes, e não do “ressurgimento” ou fortalecimento do mesmo agente infeccioso surgido na 1º infecção.
Por essa razão não é aconselhado realizar testes de covid com pouco tempo da 1º infecção, principalmente os testes sorológicos, que identificam apenas a presença de anticorpos no organismo, não diferenciando da possível reinfecção.
Para Richard Voegels, diretor de Rinologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, diz que “é necessário ser cauteloso em relação a sucessivos resultados positivos de testes. Segundo ele, restos genéticos do vírus podem permanecer durante semanas no organismo e até três meses no nariz”.
Voegels também comentou sobre um caso de uma paciente que pegou covid em março de 2020, e o seu teste de covid indicou positivo durante doze semanas. Porém, isso não significa que o paciente teve uma nova infecção. O que aconteceu é que o paciente possuía restos genéticos do vírus no nariz, e por isso o teste de coronavírus indicou positivo.
Portanto, o especialista alerta que é complicado afirmar com certeza que houve uma reinfecção por covid 19. É preciso que cada caso seja bem investigado.
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Fontes: BBC News | CNN Brasil | Exame | Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) | Uol Notícias | Revista Veja Saúde