Usados no mundo todo, os benzodiazepínicos são uma classe de fármacos amplamente prescritos para o tratamento de diversos transtornos. Só no Brasil, estima-se que quase 2% da população adulta seja usuária crônica desses medicamentos, de acordo com a Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas.
Controlados pelo Ministério da Saúde, a venda dos benzodiazepínicos requer uma receita especial, que deve sempre ser retida pela farmácia. Desde o seu lançamento na década de 1960, esses medicamentos ganharam uma popularidade significativa, tornando-se os mais vendidos no mundo na década de 70.
Os benzodiazepínicos oferecem alívio aos sintomas de ansiedade e outras questões, mas é importante que o paciente esteja ciente ciente dos riscos associados principalmente ao seu uso prolongado. Continue lendo para saber mais sobre o assunto!
Benzodiazepínicos são medicamentos que possuem a estrutura química da benzodiazepina e apresentam efeitos farmacológicos no sistema nervoso central. Também chamados de “BZD”, são considerados ansiolíticos com efeitos notáveis pois atuam como tranquilizantes e fazem com que o corpo desacelere seu ritmo de funcionamento.
Existem diversas indicações terapêuticas para os benzodiazepínicos, que são frequentemente prescritos para:
- Ansiedade: Proporcionam alívio dos sintomas e promovem uma sensação de calma.
- Insônia: Auxiliam na indução do sono e melhoram a qualidade do descanso.
- Convulsões: Controlam casos de epilepsia e outras condições convulsivas.
- Relaxamento muscular: Possuem efeito relaxante sobre os músculos, sendo usados para tratar espasmos e rigidez muscular.
- Sedação: São prescritos para induzir sedação antes de procedimentos médicos ou cirúrgicos.
- Síndrome de abstinência alcoólica: Ajudam a aliviar os sintomas de abstinência em pessoas que estão deixando de consumir álcool.
Os benzodiazepínicos agem no sistema nervoso central, ligando-se aos receptores de ácido gama-aminobutírico (GABA). Essa ligação aumenta a ação do GABA, um neurotransmissor inibitório, e provoca efeitos sedativos, ansiolíticos, hipnóticos, relaxantes musculares e até mesmo anticonvulsivantes.
Esses medicamentos também facilitam a abertura dos canais de cloro nas células nervosas e reduzem sua excitabilidade, o que leva o paciente a obter efeitos terapêuticos dos benzodiazepínicos como sedação, redução da ansiedade, sono e relaxamento muscular, por exemplo.
Por diminuírem seu efeito com o passar do tempo, os benzodiazepínicos costumam ser substituídos pelas chamadas “drogas Z”, como o Zolpidem, que atua como agonistas dos receptores do GABA, tendo uma eficácia semelhante e com menos efeitos colaterais.
Os medicamentos benzodiazepínicos são classificados como de curta, média ou longa duração.
Alguns dos principais benzodiazepínicos de ação longa são:
- Cloxazolam;
- Diazepam;
- Flurazepam;
- Quazepam.
Alguns dos principais benzodiazepínicos de ação intermediária são:
- Alprazolam;
- Bromazepam;
- Clobazam;
- Clonazepam;
- Lorazepam;
- Oxazepam.
E alguns dos principais benzodiazepínicos de ação curta estão:
- Estazolam;
- Loprazolam;
- Midazolam;
- Nitrazepam;
- Triazolam.
Embora nem todos os pacientes experimentem essas reações, os benzodiazepínicos podem causar efeitos colaterais como tontura, dificuldade de concentração, problemas de memória, sonolência e sedação excessiva. O corpo também pode se sentir fraco, a boca pode ficar seca e a visão turva.
Vale ressaltar que o uso prolongado dessa classe de remédios pode acarretar tolerância e até mesmo dependência e, por isso, é essencial que eles sejam usados somente sob a supervisão de um profissional de saúde qualificado, seguindo as orientações de dosagem e duração adequadas.
O uso inadequado dos benzodiazepínicos pode causar efeitos como mudanças de humor, perda de memória e redução de capacidades cognitivas.
A abstinência de benzodiazepínicos acontece quando o paciente desenvolve uma dependência física e psicológica ao fazer o uso contínuo de benzodiazepínicos ou ao reduzir a dose em um curto período de tempo.
Os sintomas dessa abstinência podem variar em intensidade e duração, sendo que os principais são: ansiedade crônica, insônia, irritabilidade, depressão, aumento da pressão, náuseas, vômitos, entre outros.
Para evitar lidar com eles, é recomendado que a interrupção do tratamento com BZD seja feita gradualmente, por meio de uma redução progressiva da dose, seguindo as orientações fornecidas por um profissional da saúde e com acompanhamento de outros profissionais como psicólogos, farmacêuticos e terapeutas ocupacionais.
Assim como qualquer outra substância psicoativa, os benzodiazepínicos podem ser detectados no exame toxicológico e no exame toxicológico de larga janela de detecção, sendo que o tempo de detecção é de 90 ou 180 dias.
No entanto, devido ao fato do exame toxicológico detectar diversas substâncias, é sempre aconselhável informar ao profissional coletor, no momento da realização do exame, que faz o uso de determinados medicamentos, além de entregar uma receita médica, mostrando a veracidade da utilização para fins terapêuticos.
O principal objetivo do Toxicológico é identificar o uso de drogas ilícitas, como maconha, cocaína, opiáceos, anfetaminas, entre outras substâncias de abuso.
Onde fazer o exame toxicológico
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