Krokodil é uma droga sintética que emergiu na Rússia por volta dos anos 2000 e é considerado uma das drogas mais potentes e letais do mundo. Apesar de ser derivada da codeína (um opióide), sua composição envolve uma série de substâncias químicas tóxicas, incluindo solventes, ácido clorídrico e iodo, que causam dependência química.
Segundo alguns estudos, atualmente observa-se o aumento de registros de casos de uso de krokodil em países da Europa e América do Norte e seu potencial devastador fez com que a krokodil entrasse na lista de drogas controladas pela Drug Enforcement Administration (DEA), um órgão da polícia federal responsável por controlar e reprimir o uso de narcóticos.
É uma droga sintética considerada uma das mais fortes e letais do mundo. Com diversas substâncias químicas em sua formulação, seu principal componente é, na verdade, a desomorfina, um derivado da morfina com poderosa ação opiácea, como sedação e analgesia.
A desomorfina é a responsável por induzir efeito ansiolítico e causa um forte impacto no sistema nervoso do usuário. Quando a Krokodil é usada, ela se liga aos receptores opioides no cérebro, desencadeando a liberação de dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e recompensa.
A combinação entre os efeitos prazerosos, a adaptação do cérebro à droga e a necessidade de aliviar os sintomas de abstinência contribui para a rápida e intensa dependência química associada à Krokodil, que pode levar uma pessoa à morte em aproximadamente dois anos de uso.
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A droga recebe esse nome devido ao efeito que causa na pele dos usuários após o uso da droga. Ela provoca o surgimento de uma textura escamosa verde, semelhante à pele de um crocodilo em diversas partes do corpo, em alguns casos, causando também a exposição da carne viva. Além disso, a desomorfina, um dos principais compostos químicos da droga, também pode ser chamada de alfa-clorocodida, que lembra a palavra “crocodilo”.
A krokodil provoca sensações parecidas com as da heroína, porém, por levar diversos outros ingredientes, tem um custo mais baixo e um efeito menos duradouro, e, por isso, passou a ser chamada de “heroína dos pobres”.
Já o apelido “droga zumbi” se deve ao fato de a droga causar a perda de tecido da pele na região de aplicação, além da deterioração geral da saúde do usuário, que passa a ter uma aparência emaciada e doentia.
Recentemente, as notificações de casos suspeitos de intoxicação por canabinóides sintéticos têm aumentado consideravelmente no Brasil com a disseminação das chamadas “drogas K” pelo país. Essas drogas também podem ser feitas a partir da desomorfina, mas podem levar também outros componentes.
A droga krokodil é injetada diretamente na corrente sanguínea através de uma seringa, o que proporciona um efeito rápido e intenso.
Após a aplicação intravenosa da droga, o usuário sente efeitos imediatos, como euforia, relaxamento, supressão da dor, alucinações, confusão mental, náuseas e vômito.
A longo prazo, porém, os efeitos colaterais são extremamente devastadores e preocupantes, pois atingem tanto o corpo, quanto a mente do usuário. Além da dependência química, por exemplo, a pessoa também pode sofrer com transtornos mentais como a ansiedade e a depressão.
Alguns efeitos também são literalmente visíveis, sendo os mais notórios a necrose da pele, que pode levar a feridas abertas, exposição de ossos e tecidos e a gangrena, uma complicação bastante séria que pode causar danos profundos nos ossos e músculos, comprometendo a mobilidade.
Essas feridas abertas também são portas de entrada para infecções bacterianas, fúngicas e virais e o uso contínuo pode resultar em danos aos órgãos internos, uma vez que as substâncias tóxicas são injetadas direto na corrente sanguínea.
O efeito do Krokodil é geralmente curto quando comparado à outras drogas, durando cerca de 90 minutos (1 hora e meia). No entanto, os danos físicos e os efeitos colaterais podem ser permanentes e, em muitos casos, irreversíveis.
A krokodil é obtida a partir da mistura entre codeína e outras substâncias, como álcool, gasolina, fósforo vermelho, iodo, ácido clorídrico e diluente de tinta. O modo como a krokodil é sintetizada, a partir de produtos de fácil acesso que podem ser manipulados em casa, contribui para sua alta toxicidade.
O tratamento para dependentes de Krokodil é um processo desafiador devido à natureza devastadora da droga e aos danos físicos e psicológicos que ela causa. Aqui estão algumas informações sobre os tratamentos disponíveis:
- Desintoxicação: O tratamento geralmente começa com a desintoxicação sob supervisão médica. Isso envolve a remoção segura da droga do corpo do usuário, controlando os sintomas de abstinência, que podem ser intensos.
- Tratamento de feridas: Muitos usuários de Krokodil desenvolvem feridas graves e infecções. O tratamento médico para curar essas feridas é essencial e pode envolver cirurgia e cuidados intensivos.
- Terapia de substituição de opioides: Em alguns casos, os médicos podem usar medicamentos como a metadona ou a buprenorfina para ajudar a reduzir os desejos e sintomas de abstinência, ajudando o usuário a se afastar da Krokodil.
- Aconselhamento e terapia: A terapia comportamental, como a terapia cognitivo-comportamental, pode ser eficaz na abordagem das questões subjacentes que levaram ao uso da Krokodil. O aconselhamento também pode ajudar a desenvolver estratégias para evitar a recaída.
- Apoio social: Ter um sistema de apoio forte é fundamental para a recuperação. Grupos de apoio, como Alcoólicos Anônimos ou Narcóticos Anônimos, podem ser benéficos.
- Reabilitação a longo prazo: A recuperação dos efeitos devastadores da Krokodil geralmente é um processo de longo prazo. A reabilitação pode incluir terapia contínua, cuidados médicos e apoio social.
O Krokodil não é especificamente testado nos exames de drogas padrão, mas os componentes tóxicos usados em sua fabricação podem ser detectados no exame toxicológico de larga janela de detecção, que procura substâncias específicas, como solventes ou opióides.
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